Resultado é 42% maior que o registrado em igual mês de 2009 e atinge o maior nível da história para agosto
O casal Rodrigo e Thaiana Galvão desembarcou da lua-de-mel em Aruba no último dia 16. Na bagagem, os dois traziam mais que boas recordações da primeira viagem internacional. O bancário e a secretária executiva de Brasília gastaram na ilha caribenha cerca de US$ 3,2 mil com perfumes, maquiagens e roupas. No cartão de crédito, foram mais R$ 2 mil em compras. “Tínhamos também algumas encomendas dos amigos. Não compramos só para nós, não”, diz o sorridente Rodrigo.
Foto: Guilherme Lara Campos/Fotoarena
Rodrigo e Thaiana Galvão gastaram US$ 3,2 mil em compras em Aruba
A forte movimentação de turistas consumidores no desembarque internacional do aeroporto está registrada também nos números do Banco Central. Em agosto, os gastos dos brasileiros no exterior totalizaram US$ 1,302 bilhão (o equivalente a R$ 2,2 bilhões) e atingiram o maior resultado da história para o mês de agosto. Em igual período do ano passado, os gastos foram de US$ 915,5 milhões, um crescimento de 42%. No acumulado de 2010, as despesas de turistas brasileiros no exterior chegaram a US$ 9,888 bilhões.
Os números são impulsionados pela valorização do real sobre o dólar e pelo bom desempenho do mercado de trabalho, com a redução no nível de desemprego e a elevação na renda média da população. Com o bom momento da economia, um número maior de brasileiros tem viajado - e gastado - no exterior.
O crescimento dos gastos dos brasileiros no exterior impactou diretamente a conta de viagens internacionais, que fechou deficitária em US$ 813 milhões em agosto. O resultado é a diferença entre os gastos dos brasileiros fora e dos estrangeiros no Brasil.
Conta corrente
O crescente gasto de brasileiros no exterior representa parte do déficit que o País tem em conta corrente - registro de todas as operações do Brasil com o exterior, passando de gastos como os de Rodrigo e Thaiana até o resultado da balança comercial. Em agosto, a conta corrente ficou deficitária em US$ 2,9 bilhões, resultado acima do esperado pelo Banco Central, que projetava um déficit de US$ 2,5 bilhões no mês.
Segundo o BC, o déficit do mês passado foi gerado pela conta de serviços e rendas (onde está incluída a conta de viagens internacionais), que amargou saldo negativo de US$ 5,5 bilhões, contra US$ 4,1 de igual período do ano passado.
Esse valor foi parcialmente compensado pelo resultado da balança comercial, que registrou superávit de US$ 2,4 bilhões, e pelas transferências unilaterais correntes, positivas em US$ 235 milhões.
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